Havan coagi funcionários a votarem em Bolsonaro e é condenada pela Justiça do Trabalho

O empresário Luciano Hang, dono da Havan Lojas de Departamento, conhecido por suas posições conservadoras,  foi condenado pelo Ministério Púbico do Trabalho em Florianópolis (SC) por coação a seus empregados exigindo votarem no candidato Jair Bolsonaro (PSL).

A sentença foi emitida após o MPT receber mais de 50 denúncias de que Hang estaria direcionando o voto dos trabalhadores, sob pena de demissão. As acusações ― inclusive da CUT ― foram baseadas em um vídeo, publicado no Facebook, em que o réu reúne funcionários da empresa e afirma que vai repensar o plano estratégico de expansão da rede de lojas, no caso de vitória de um candidato de esquerda.

Pela condenação, cada loja Havan deverá disponibilizar, em local visível, o teor da decisão judicial. Além disso, Hang será obrigado a veicular em suas redes um vídeo afirmando que os empregados têm livre direito de escolher um candidato. A Justiça impôs uma multa de R$ 500 mil, caso a resolução seja descumprida. O valor pode chegar a R$ 1 milhão.

Para os trabalhadores em geral, a decisão do MPT é importante, pois, busca coibir uma prática criminosa e absurda de assédio moral, que, infelizmente, essa atitude é recorrente em parcelas do patronato brasileiro, por ocasião do período eleitoral, principalmente quando o dono da empresa é candidato a um cargo eletivo.

Uma empresa não pode pressionar seus funcionários a seguirem a visão política, religiosa, de crença ou de raça dos patrões. O secretário de Administração e Finanças da CUT Brasília, Julimar Roberto, considerou muito importante a iniciativa da Central, e demais instituições, em denunciar a arbitrariedade do dono da Havan. “Um empresário que desrespeita o direito democrático do voto do trabalhador não irá respeitar os demais direitos, principalmente os trabalhistas”, observa o sindicalista que também é comerciário.

Fonte: CUT Brasília