Dois meses de suspensão de aulas: O trabalho brutal de professores em uma quarentena sem folgas

EFE/Raquel Manzanares

Celso Napolitano, presidente da Federação dos Professores do Estado de São Paulo – Fepesp, nesse artigo analisa a situação do trabalho exaustivo de excesso de trabalho dos docentes,  durante esses sessenta dias de quarentena, em tempos da COVID-19

Professoras e professores estão sendo submetidos a um brutal excesso de trabalho nesses tempos de combate ao vírus da Covid-19. Para evitar o contágio e a disseminação do vírus, a receita do afastamento social obrigou o fechamento das escolas — desde 23 de março, já há dois meses, as salas de aulas estão vazias — e a recomendação de que todos ficassem em casa. Mas, ao contrário de muitos profissionais que interrompem seu trabalho quando confinados, professores foram instados a continuar trabalhando, continuar dando aulas, do jeito que desse, e com resultados preocupantes.

Em função do decreto de quarentena, os professores foram, abruptamente transferidos para o regime de teletrabalho ou home office. Essa mudança no regime de trabalho de uma hora para outra provocou, em primeiro lugar, uma alteração radical do planejamento pedagógico, pois a atividade docente realizada de modo presencial é substancialmente diferente daquela exercida em ambiente virtual.

É preciso notar que o que está sendo feito durante esta quarentena não é, tecnicamente, “ensino a distância”, pois este implica em plataforma específica, com conteúdo preparado para esse fim, aulas em sintonia com o conteúdo e atividades complementares previamente programadas e com a participação de tutores que auxiliam na interação com os alunos, esclarecendo dúvidas e corrigindo as atividades complementares. A alteração das aulas para o ambiente virtual não veio acompanhada de toda essa infraestrutura.

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