Os desafios dos trabalhadores na educação privada em 2021

O diretor jurídico do Sinproep, Rodrigo de Paula, destaca que, neste ano, a mobilização da categoria será em torno da manutenção dos empregos e dos direitos.

Temos grandes desafios pela frente. Hoje, representamos aproximadamente 24 mil professores e professoras da rede particular de ensino. Dessa forma, nosso objetivo é manter os postos de trabalho e, ao mesmo tempo, dá uma certa qualidade de vida para as trabalhadoras e os trabalhadores.

Para este ano de 2021, um dos nossos maiores desafios é evitar a precarização da relação de trabalho. Com a questão da pandemia, estamos com várias escolas fechando e com algumas reduzindo salários. Até o mês de dezembro de 2020, aproximadamente 1.500 professoras e professores tiveram seus salários suspensos ou reduzidos pela Medida Provisória 936.

Outro desafio é em relação às demissões. Só nesse mês de janeiro, tivemos mais de 500 demissões de profissionais, o que demonstra que há uma crise e que há muito mais por vir, uma vez que a rede privada tem perdido uma quantidade grande de alunos.

No ano de 2021, teremos ainda a campanha salarial da nossa categoria e, conforme já se desenha, será uma campanha muito difícil, em que os donos das escolas e faculdades farão o máximo possível para não só descumprir a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), mas também retirar direitos.

Nesse sentido, a gente tem feito um calendário de mobilização já iniciando com uma série de atividades da campanha e estruturando politicamente nosso jurídico para que possamos atender as demandas da nossa categoria.

E, sem dúvida nenhuma, no cenário nacional, já estamos desenhando dificuldades na questão econômica, pós-pandemia e até mesmo durante a pandemia, o que vai precisar de muita mobilização. E tenho certeza que a CUT realizará ações para unificar o movimento sindical para derrotar o projeto de Bolsonaro”.

reprodução: CUT DF