O grupo Eleva Educação compra colégio Sigma no DF e preocupa o Sinproep

Com a aprovação da operação pelo CDE, o grupo Eleva será capaz de levar as suas metodologias de ensino a milhões de alunos em todo o país transformando-se no maior grupo educacional privado do país

Prosseguindo no processo de transformação acelerada da educação no Brasil em mercadoria, com a formação de grandes conglomerados no setor, com fundos na Bolsa de Valores, o grupo Eleva Educação, que tem entre os acionistas o empresário bilionário Jorge Paulo Lemann, fechou um acordo para comprar 51 escolas do grupo Cogna. A venda, estimada em R$ 964 milhões, inclui a rede de escolas Sigma.

O Eleva Educação é o maior grupo de escolas do Brasil, contando hoje com mais de 83 mil alunos e 130 escolas próprias. O grupo, conforme o Colégio Sigma, uma das escolas mais tradicionais de Brasília, atua na formação continuada dos profissionais e na evolução pedagógica.

O processo de incorporação está em andamento, pois ainda está sujeito à aprovação do CADE- Conselho Administrativo de Defesa Econômica, que é o órgão judicante em matérias relativas à defesa da concorrência. É ele que decide se houve ou não infração à livre concorrência por parte de empresas ou de seus administradores nos casos de conduta, e aprecia os atos de concentração submetidos à sua aprovação.

A professora Karina Barbosa, presidente do Sinproep-DF, sobre o assunto disse: “esperamos que o Cade com seu poder de impor restrições à operação como condição para a sua aprovação, analise de forma criteriosa essa negociação entre a Eleva Educação e o Colégio Sigma, com vistas a essa negociação, com reais a ameaça potencial de condutas anticoncorrenciais, evitando que os usuários e os trabalhadores do setor não sejam prejudicados” finalizou.

O Sinproep-DF vê com preocupação esses atos de concentração no setor da educação privada que, embora lícitos, seus efeitos concorrenciais e há a possibilidade de criação de restrições à livre concorrência, em prejuízo dos usuários do segmento particular de ensino, que ficará sem opção de escolha e, por certo, irá influenciar nas relações de trabalho entre empresa e os profissionais da educação. O Sindicato entende que tais mercados devem ser mais atentamente monitorados pelos órgãos responsáveis pela preservação da livre concorrência, sejam eles regulados ou não.